Hora do upgrade: As primeiras Lâmpadas GU10 com Matter via Wi-Fi da Moes!

Quando minha casa estava na etapa de acabamento, optei por utilizar lâmpadas Zigbee GU10 da Moes em spots de decoração. Escolhi o Zigbee justamente pela flexibilidade de escolher a plataforma que eu quiser, sem ficar preso a um sistema único.

Dica: para evitar dores de cabeça futuras, não compre luminárias spots com lâmpadas embutidas, pois as lâmpadas tendem a queimar e você pode não encontrar mais luminárias com as medidas exatas do modelo anterior.

Todavia, o Zigbee sempre me causou dores de cabeça em dispositivos que estavam longe, devido à sua baixa potência. Combinando essa limitação de cobertura com a banda baixíssima, você terá uma “bomba” (não no sentido literal, rsrs) ao tentar controlar múltiplas lâmpadas simultaneamente – no meu caso, eram cinco lâmpadas GU10 no mesmo cômodo.

Felizmente, tudo pareceu mudar quando a Moes finalmente lançou suas novas lâmpadas GU10 no padrão Matter, que utilizam Wi-Fi para conexão, o que, em teoria, resolveria todos os meus problemas.

O DISPOSITIVO

A lâmpada em si é bem simples, toda feita em plástico, incluindo seu difusor, e é capaz de entregar apenas 400lm a uma potência de até 5W (varia de acordo com o brilho). A iluminação não é das melhores, mas é justificável, dado seu principal objetivo: ser usada em conjunto para decoração.

Lâmpada Matter (à direita) comparado com o modelo anterior, GU10 Zigbee (esquerda). (Imagem: PontoByte/Vitor Gomes).

O dispositivo possui dimensões de 50 x 54mm, o que é bem padrão no modelo, mas ainda é uma informação importante para verificar a compatibilidade com seu receptáculo.

A Moes garante funcionamento em tensões de 90~240 V e em frequências de 50/60 Hz. O feixe de iluminação é de 110º, algo que abordaremos a seguir.

ÂNGULO DEMASIADAMENTE ABERTO

Ao contrário da versão anterior, a GU10 com Zigbee, que tinha um feixe direcional de 36º, no novo modelo, a Moes optou por usar um plástico semi-transparente e leitoso, que faz com que a iluminação seja espalhada em um ângulo de até 110º.

À esquerda, a antiga lâmpada GU10 Zigbee da Moes (feixe direcional de 36º); à direita, a nova Moes GU10 com Matter (feixe direcional de 110º). (Imagem: PontoByte/Vitor Gomes).

Um ângulo maior é bom para iluminar um ambiente, porém as lâmpadas GU10 são escolhidas por arquitetos justamente por possuírem um foco mais fechado, permitindo formar feixes bonitos em paredes, quadros etc.

À esquerda, um Spot com 36º de abertura. À direita, a lâmpada Moes com 110º de abertura. (Imagem: PontoByte/Vitor Gomes).

É importante verificar, portanto, se a luz atende ao seu projeto luminotécnico antes de adquirir essa nova versão, ou aguardar a Moes lançar um modelo com um difusor diferente.

MATTER… COM CLOUD?

Meu principal objetivo com essa lâmpada era a utilização em várias plataformas, por isso escolhi o Matter. Em meus testes, o pareamento ocorreu sem falhas em todas minhas plataformas, como Google Home, Alexa, Samsung SmartThings, Apple Home, Home Assistant e Hubitat.

Exemplo de funcionamento no HomeAssistant, Apple Home e SmartThings – as plataformas mais problemáticas com suporte de dispositivos. Alexa e Google também funcionam. (Imagem: PontoByte/Vitor Gomes).

Depois de experimentar vários dispositivos com o protocolo Matter, essa GU10 foi a única que não me deu nenhuma dor de cabeça durante a configuração, mas, eventualmente as cores se apresentavam incorretas em alguns aplicativos, embora a cor da lâmpada seja mostrada corretamente ao que você selecionou.

No entanto, há uma limitação de apenas quatro plataformas de casa inteligente simultâneas. Se você tentar conectar a mais do que isso, encontrará mensagens de erro e não conseguirá concluir a conexão. É uma limitação que tenho observado com frequência crescente em dispositivos Matter e que ainda é pouco comentada.

Mensagem de erro ao tentar parear com uma quinta plataforma de casa inteligente. (Imagem: PontoByte/Vitor Gomes).

Algo que me impressionou é que, ao contrário de outros dispositivos que utilizam Matter (inclusive da própria Tuya) essa lâmpada da Moes foi capaz de funcionar no aplicativo Tuya/SmartLife mesmo sem a necessidade de um hub Matter, como eu até expliquei no guia sobre o Matter e outros protocolos.

Outros dispositivos Matter (Zemismart MT25 e UA-SmartSwitch), também da Tuya, ficam offline enquanto o gateway está offline, a lâmpada GU10 permanece operante. (Imagem: PontoByte/Vitor Gomes).

Dessa forma, o aplicativo SmartLife consegue até exportar o dispositivo para Alexa e Google Home utilizando sua respectiva skill/integração e operando via internet, como qualquer lâmpada inteligente funciona atualmente. É claro que tal funcionamento não é esperado e foge do conceito do Matter de ser completamente local, focando em privacidade e segurança.

Wi-Fi MELHOR QUE ZIGBEE?

Tenho uma leve preferência por dispositivos Zigbee por ajudar a despoluir a infraestrutura de rede, ter privacidade e até confiabilidade, porém o Zigbee pode se tornar um pesadelo quando você trabalha com longas distâncias (mesmo com dispositivos repetidores) e necessita de controles múltiplos, como é o caso de lâmpadas GU10.

O Wi-Fi, ao contrário do Zigbee, é projetado para lidar com taxas de transferência muito maiores e, em tese, sofreria menos do “efeito Popcorn”, que ocorre quando você tenta controlar múltiplos dispositivos simultaneamente.

Demonstração do efeito popcorn no Zigbee. (Vídeo: PontoByte/Vitor Gomes).

No meu caso, era bastante comum que a luz permanecesse ligada, mesmo após enviar o comando de desligar. Isso ocorre devido a alguma falha na entrega da mensagem do Zigbee devido a sobrecarga da rede ou sinal fraco do dispositivo.

Além disso, ao contrário do que muitos pensam, possuir muitas lâmpadas com Wi-Fi talvez não afete sua rede, já que elas utilizam um baixíssimo consumo de dados, algo que muitos roteadores decentes seriam capazes de lidar.

ILUMINAÇÃO COLORIDA EXCELENTE

Grande parte das lâmpadas inteligentes que você encontrará na internet serão RGB CT, ou seja, terão a capacidade de criar uma imensa variedade de cores, além de oferecer branco frio e branco quente em LEDs separados.

O problema da maioria das lâmpadas coloridas é que as cores têm um brilho tão ruim que você não conseguiria utilizá-las mesmo que quisesse. Felizmente, a Moes parece ter se atentado a isso nesta nova versão, e as cores finalmente conseguem ter um brilho similar ao das cores CT.

Lâmpada GU10 Zigbee da Moes (à esquerda) e a nova GU10 Matter da Moes (à direita). Ambas com as mesmas configurações de cores (hue: 33, saturação: 100, brilho:100), embora não reflitam o mesmo resultado na prática. (Imagem: PontoByte/Vitor Gomes).

EXTRA: FUNÇÃO DO NOT DISTURB

Por fim, uma função bem-vinda que existia desde as versões antigas com Zigbee é o “Não Perturbe”, que ajuda a prevenir que a lâmpada volte a ligar em caso de queda de energia. A função é simples, mas ainda pouco adotada por fabricantes. Em resumo, o recurso exige apenas que você desligue e ligue a lâmpada duas vezes consecutivas para que ela efetivamente ligue.

Função Do Not Disturb disponível no aplicativo SmartLife. (Imagem: PontoByte/Vitor Gomes).

Essa função é ideal para quem utiliza as lâmpadas conectadas diretamente à energia, sem um interruptor, como é o meu caso. Isso previne que você acorde de madrugada por conta de luzes ligadas após um apagão.

O “Não Perturbe” vem ativo por padrão. Portanto, se você pretende utilizar a lâmpada com um interruptor físico que interrompe a energia quando desligado, é de suma importância desativar essa funcionalidade no aplicativo da Tuya – infelizmente, não é possível realizar o procedimento em outras plataformas de casa inteligente.

VALE A PENA?

Fiquei extremamente contente com as lâmpadas da Moes. O Matter do dispositivo, embora limitado a poucas plataformas simultâneas, é excelente. Não tive nenhum problema durante a conexão e tudo funcionou perfeitamente em todas as plataformas que pude testar.

Embora não tenha resolvido por completo meus problemas com o efeito Popcorn, contribuiu para uma redução drástico. O maior benefício ao utilizar essa lâmpada, no meu caso, foi que finalmente minhas automações passaram a funcionar sem problemas, desligando e ligando conforme deveriam.

Sem dúvidas, a GU10 da Moes com Matter seria minha principal recomendação, principalmente se você pretende utilizar Spots, (não compre spots com as lâmpadas de LED embutidas).

Contudo, eu ainda esperaria mais alguns meses para o preço reduzir ou a Moes lançar uma nova versão com um difusor mais direcionado.

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Lâmpada GU10 com Matter via Wi-Fi da Moes

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Vitor Gomes, também conhecido como vctgomes, é bacharel em Engenharia Elétrica pela UniFG (Centro Universitário UniFG). Ele tem 25 anos e vive no interior da Bahia. Graças à sua habilidade em TI, conhecimento em informática e seus hobbies em casa inteligente, decidiu criar o PontoByte.com, onde expõe suas opiniões sobre vários produtos de casa inteligente.